Capital do Móvel acusa Galiza de "proteccionismo abusivo"
"É uma protecção abusiva de um governo regional em relação aos produtos comercializados lá", disse à Lusa o presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), adiantando que o "boicote" obrigou à alteração do plano de internacionalização para 2009.
Em declarações à Lusa, Pedro Vieira de Andrade explicou que "as feiras 100%
'Capital do Móvel' tiveram uma aceitação muito grande por parte do mercado galego e, quando as associações empresariais se aperceberam disso, fizeram muita pressão sobre o governo autónomo da Galiza, que é proprietário dos recintos das feiras".
Depois de, em 2008, a AEPF se ter confrontado com "exigências absurdas", que a impediram, por exemplo, de "publicitar as feiras de mobiliário", contou, a Capital do Móvel não voltou a ter espaço para a organização do evento que se realizava na Corunha e em Vila Garcia de Arousa.
"O ano passado já não fizemos nenhuma [feira], tivemos várias reuniões e os responsáveis assumiram que não nos alugavam os recintos, mas nunca puseram isso por escrito", afirmou, acrescentando que têm mantido os contactos para a realização das feiras, em 2010, sem sucesso.
"Hoje continuamos a tentar alugar os recintos, mas não acredito que se consiga sem intervenção superior", realçou.
Vieira de Andrade estranha o boicote à promoção e divulgação dos móveis de Paços de Ferreira na Galiza quando "se fala tanto das relações entre o norte de Portugal com a Galiza".
O presidente da AEPF adiantou que o plano de internacionalização, aprovado pela AICEP, "não pôde ser concretizado por causa desta situação".
Segundo o porta-voz da indústria do mobiliário, "o sector não pode deixar de estar no mercado galego, que representa cerca de 15% a 20% do mobiliário vendido".